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Óculos. Que objeto irritante.

Primeiramente, dão cabo do teu visual; depois, ficam sempre embaciados quando o vapor chega às lentes, deixas de ver, tropeças num sapato que estava no chão, sabe-se lá Deus porquê, e parte-los. Depois é comprar outros por uma pipa de massa, que demorou a conseguir, as tuas economias vão-se à vida e não consegues comprar aquele jogo ou peça de roupa que tanto querias. Detesto quando os deixamos numa estante qualquer, esquecemos-nos deles e quando voltamos estão todos sujos, sendo que nem tocaste nas lentes, pões-nos na cara e o que vês mais parece o nevoeiro, onde D. Sebastião desapareceu. Lá tens de passar o paninho vezes sem conta, sem o spray porque acabou ou perdeste-o num sítio qualquer, para conseguires voltar a ver.

Outra coisa que põe os meus nervos a dançar, é quando, mesmo com eles no focinho, vês mal, até vês melhor sem eles. Tudo bem que eles te ajudam a ver e a perceber aquelas letrinhas minúsculas, mas não deixam de ser extraordinariamente irritantes. Ah! Esqueci-me de dizer que acho os apelidos para as pessoas com óculos muito carinhosos, como: caixa de óculos, quatro-olhos, já para não falar do tão querido “nerd”.

Ai, ai, enfim. Não gosto mesmo nada deles, são teimosos, exigentes, mimados e ainda dão prejuízo.

Martim Abreu, 9º G

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