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Sexualidade / Aceitação



Sei que a maior parte das pessoas não entende o que passei, mas também já estou habituado!

Desde pequeno que não me sentia bem com o meu corpo. Nunca gostei de lacinhos, bonecas, dança…Não seguia os “padrões” impostos pela sociedade. Talvez por isso as crianças/adolescentes não me aceitassem como era. Mas também não julgo, talvez fizesse a mesma coisa.

Não tive uma infância, muito menos uma adolescência, fácil. Não por todos, por muitos, sofri bullying, tanto físico como psicológico. Foram sem dúvida os anos mais difíceis da minha vida, até porque cheguei a acreditar em tudo o que me diziam.

O que me consolava verdadeiramente era ir todas as tardes para um rio perto da minha casa. Lá sentia-me seguro, livre e longe de todo o preconceito.

Numa tarde igual a muitas outras, conheci um rapaz, chamado Filipe. Para além de ser simpático e bonito, percebi que tinha algo mais especial. Contando-me um pouco da sua vida, percebi que iria ser um grande amigo. Eu estava a passar naquele momento tudo o que ele tinha passado.

Numa dessas tardes, o Filipe disse-me que, muito mais importante que a opinião das outras pessoas, é o que realmente sentimos e o que pensamos.

Esta conversa, que nunca ninguém tinha tido comigo, deu-me o incentivo que realmente necessitava para fazer a tão esperada operação. Não vou negar, foi difícil, mas também a melhor que já tomei. Pelo facto de estar muito mais maduro, sei reconhecer que, para além de todo o preconceito que passei, um dos maiores problemas era a minha própria aceitação.

Atualmente, sendo um homem realizado e casado com o Filipe, escrevo para pelo menos tentar ajudar pessoas que estejam a passar pelo mesmo que passei.



Maria Leonor 8ºD

Matilde Faria

Beatriz

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